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O direito ao transporte precisa estar na pauta dos gestores públicos, diz colunista

“Empresas de ônibus, trens e metrôs não são instituições beneficentes”, dispara o advogado e diretor administrativo..

29/10/2024 às 18h48
Por: Redação
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O direito ao transporte precisa estar na pauta dos gestores públicos, diz colunista

Por Antônio Luiz Comério

Muitas cidades já decidiram o seu prefeito no primeiro turno e outras tantas terão um segundo turno pela frente. De todo forma, a pauta da mobilidade urbana impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas, pois seu planejamento deveria contemplar, sobretudo, a segurança, descarbonização, multimodalidade e eficiência por meio de uma gestão especializada e dedicada em melhorar a experiência de transporte dos cidadãos.

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Independentemente de uma direção que já deveria conter no programa de governo destes políticos ou do que pode ser contemplado ao longo dos próximos quatro anos, o direito ao transporte é um direito social, previsto no artigo 6º da Constituição Federal desde 2015, o que confirma a seriedade do assunto.

No documento “Cinco prioridades para transformar a mobilidade em nossas cidades - Eleições 2024”, realizado pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP BRASIL), para futuros gestores e gestoras construírem cidades mais justas, resilientes e sustentáveis, as eleições municipais são uma valiosa oportunidade para refletir e debater sobre o modelo de cidade em que desejamos viver.

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O ITDP recomenda a adoção de estratégias bem embasadas por meio de um documento divido em cinco temas que devem ser tratados com prioridade pelos políticos que tenham o interesse de promover o acesso eficiente e sustentável aos transportes nas cidades brasileiras. Entre eles estão as seguintes iniciativas: tornar o transporte público mais eficiente, limpo e equitativo, além de desincentivar o transporte individual.

Ao longo das últimas décadas, o transporte público vem perdendo sistematicamente passageiros, ao passo que a migração para carros, motocicletas particulares e o uso de aplicativos de mobilidade individual aumentam de forma contínua. O contexto pós-pandemia gerou um desafio ainda maior, uma vez que a maioria das cidades brasileiras observou uma queda de demanda no transporte público e maior uso do transporte individual motorizado. Nesse cenário, é fundamental que o poder público garanta que o serviço de transporte público ofereça segurança, regularidade e qualidade, deixando de ser estigmatizado.

O modelo de financiamento da operação de transporte exclusivamente baseado na tarifa não é capaz de suprir a rede de transporte público, e, por isso, já se esgotou nas cidades brasileiras. A queda do número de pessoas usuárias do transporte público está ameaçando a sustentabilidade financeira das operadoras de transporte e alimenta um círculo vicioso de aumento da tarifa que afasta ainda mais potenciais usuários. Atualmente, uma parte considerável dos sistemas só se sustenta devido à existência de subsídios.

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O transporte público coletivo não beneficia somente o passageiro, mas a sociedade como um todo. Quanto melhor e mais barato for o transporte público, mais gente vai usá-lo e menos pessoas vão optar pelos carros e motos, diminuindo assim acidentes de trânsito, poluição e congestionamentos.

A instituição do subsídio também teria o objetivo de fomentar o comércio, contribuir com a geração de emprego e impulsionar a economia local, já que seria uma transferência de renda para a população, tendo em vista que com a medida, haveria mais dinheiro no bolso do trabalhador, o qual pagaria uma tarifa menor.

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Empresas de ônibus, trens e metrôs não são instituições beneficentes, elas devem lucrar, afinal são negócios, geram empregos, pagam impostos e têm riscos, como assaltos, incêndios nos coletivos, acidentes, necessidade de investimentos emergenciais, etc. Mas esse lucro deve ser justo, transparente e honesto.

* Antônio Luiz Comério é advogado e diretor administrativo da Viação Joana D' Arc de Linhares.

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