IMPORTANTE: O que você vai ler abaixo foi extraído do site do Sindibancários
A retomada das negociação nesta terça-feira (27) entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários foi frustrada mais uma vez por novas propostas rebaixadas dos bancos. A reunião terminou já no meio da noite após os bancos apresentaram a vergonhosa proposta de reajuste sem aumento real com 100% do INPC somente em janeiro de 2025. Com essa proposta, a antecipação da participação nos lucros e resultados (PLR) ocorreria sem reajuste e os bancos lucrariam R$ 1,2 bilhão. O Comando Nacional rejeitou a segunda proposta absurda do dia na mesa. No início da tarde, os representantes dos bancários já haviam rechaçado também em mesa a proposta de 90% da inflação, que representaria uma perda de 0,38% para a categoria, que reivindica reposição integral da inflação mais aumento real de 5%.
Na mesa anterior, a proposta da Fenaban foi de 85% da inflação. “Repudiamos todas as propostas indecentes dos bancos. Além de querer impor perda salarial, a Fenaban não apresentou nenhuma proposta de melhores condições de trabalho com garantia de respeito à saúde dos trabalhadores e não respondeu às reivindicações de igualdade de oportunidade entre homens e mulheres. Não era o que esperávamos. Nesta quarta-feira é o Dia do Bancário e da Bancária e esse é o presente que os bancos oferecem aos seus empregados. Mas temos que nos preparar para o enfrentamento. Se não houver avanço para uma proposta defensável, vamos discutir a construção da greve geral da categoria. Vamos intensificar nossa mobilização pois só a luta nos garante”, afirmou Carlos Pereira de Araújo (Carlão), dirigente do Sindibancários/ES e integrante do Comando Nacional. A rodada de hoje, lembrou Carlão, é a décima e as negociações seguem emperradas.
Na mesa de negociações, a representação dos bancários também cobra dos bancos medidas para a defesa do emprego; contra a terceirização do setor bancário; combate às metas abusivas; linhas de crédito diferenciadas para os bancários; melhorias na ajuda de custo do teletrabalho; jornada de 4 dias; isonomia salarial entre homens e mulheres, entre outras reivindicações.
O Comando Nacional tirou um dia nacional de luta, para esta quarta (28). O coletivo também decidiu realizar assembleias no dia 4 de setembro, antecedidas de plenárias, a partir das 18h, para que a categoria avalie propostas ou os rumos das mobilizações.
Durante toda a semana, a categoria em todo o país vem intensificando ações nas ruas e nas redes sociais para pressionar os bancos. Nesta segunda (26), os bancários da base capixaba se reuniram em assembleia para avaliar as negociações com a Fenaban. A categoria no Espírito Santo aprovou o estado de greve. Isso significa que a partir de agora, a qualquer momento, a categoria está pronta para deflagrar uma greve geral.
Os bancários capixabas aprovaram também a estratégia de venda zero. A orientação é suspender a venda de todos os produtos bancários até que a Fenaban apresente uma proposta que valorize a categoria. Outro encaminhamento da assembleia foi cobrar do Comando Nacional um calendário com indicativo de greve nacional para a categoria.
A Fenaban culpou as trabalhadoras e trabalhadores “por encarecerem os produtos dos bancos” e voltou a reclamar da concorrência, sem dizer, entretanto, que muitos bancos são detentores de instituições de pagamentos.
O comando rebateu e lembrou que as principais receitas dos bancos representam 10 vezes as despesas de pessoal, enquanto que, nas cooperativas, essa relação é de 7 para 1 e, nas instituições de pagamento de 1,3 para 1. Assim, mesmo que as despesas de pessoal dos bancos sejam superiores as das cooperativas e das instituições de pagamento, as receitas dos bancos são 15 vezes maiores que das cooperativas e 123 vezes maiores que das instituições de pagamento, segundo dados dos balanços do 1º trimestre de 2024.
A Fenaban disse ainda que a concorrência no setor afeta o emprego bancário, argumento também desmontado pelos representantes dos trabalhadores, que observaram que o processo de plataformização (impulsionamento da inovação) nos bancos está sendo utilizando como estratégia para demitir e contratar trabalhadores terceirizados e autônomos.
Com informações da Contraf
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