O retrato da desolação e preocupação. Assim está a pescadora Ana Porcina Monteiro de Oliveira, de 51 anos, que nos últimos 15, conforme afirmou na manhã deste sábado (12) ao Site Eu Vi em Linhares, morava em uma das quatro casas demolidas na Fazenda Urussuquara, cujo dono atual, conforme a mulher afirmou, a teria deixado desabrigada e também aos filhos e netos que residiam em outras três residências, todas em dois lotes que segundo a pescadora, lhes pertenciam “por tempo de serviço prestado ao antigo dono”.
Dona Ana Porcina disse que pessoas começaram a demarcar lotes na propriedade, o que ela não concorda, mas afirma que mora no local há uma década e meia e que possui, inclusive, documentos que lhe garantem a posse dos dois lotes. Estes documentos seriam dois recibos, datados de 2001. Ela mostrou os recibos para a nossa equipe (confira na foto abaixo). O atual dono da fazenda, conforme explicou a pescadora, soube que o local estava sendo invadido e ao desmarcar os lotes que haviam sido invadidos, incluiu os dois onde a mulher morava com a família. “Tenho oito netos que moram aqui, meus filhos cresceram aqui, para onde vou? O que vou fazer? Quem pode olhar por mim?”, questionou.
Nós não conseguimos contato com o atual e nem com o proprietário da terra, cujo nome consta nos dois recibos dos lotes dados à Dona Ana Porcina “por férias, 13º salário e tempo de serviço”.
Protesto
E a demolição das quatro residências que estavam nos dois lotes pode trazer um grande transtorno aos usuários da ES-010. Fomos informados que em solidariedade à pescadora e família, um grupo de pessoas estaria organizando um protesto para fechar a referida rodovia estadual, que é o endereço onde fica a fazenda que sedia os lotes onde a casa da mulher e a dos filhos dela foram demolidas.
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