Você gosta de fazer aniversário? Ou é do tipo que, na véspera, sente um aperto no peito, uma inquietação estranha, ou até aquela vontade de passar o dia despercebida?
Nem sempre é fácil admitir isso, mas para muitas pessoas o próprio aniversário não é sinônimo de festa. É uma data que, em vez de acender a alegria, ativa gatilhos emocionais profundos: ansiedade, melancolia, comparação, solidão.
Se você já se sentiu assim, saiba: isso tem um nome, tem razões – e não tem nada a ver com “ingratidão”.
Por que nem todos os sorrisos de aniversário são iguais?
Enquanto o mundo lá fora espera ver uma pessoa feliz, rodeada de parabéns e declarações afetuosas, internamente a experiência pode ser bem diferente. E não é falta de gratidão. É um emaranhado de emoções legítimas, que merecem ser compreendidas. Vamos falar sobre isso com mais profundidade:
1. A armadilha da comparação
Nas redes sociais, tudo parece mais bonito, mais animado, mais bem resolvido.
No dia do seu aniversário, enquanto você encara uma manhã comum, talvez cansada ou reflexiva, alguém aparece nos seus stories brindando em Paris. Ou recebendo uma festa surpresa com todos os amigos sorrindo.
Você compara. Mesmo sem querer.
E esse confronto entre o real e o idealizado pode ser brutal: “Por que minha vida não é assim?”, “Será que não sou importante pra ninguém?”, “O que eu fiz de errado até aqui?” Essa comparação pode roubar a sua presença. E a verdade é: redes sociais não mostram histórias completas. Só recortes bem editados.
2. O peso simbólico do tempo
Aniversário é passagem. É balanço. É o lembrete de que o tempo não espera – e isso pode doer.
Você olha pra trás e se depara com metas não cumpridas, relações que ficaram pelo caminho, e aquela sensação de “eu devia estar em outro lugar agora”.
Às vezes, até as boas lembranças pesam. Bate saudade de quem já foi, de quem você era, da leveza de uma fase que parece ter passado. E tudo isso vem junto, de uma vez, no mesmo dia em que dizem que “você deveria estar feliz”.
2. A dor do vazio
Para quem já se sente só, o aniversário pode ser um amplificador da solidão. A ausência de ligações, o silêncio de quem você esperava que lembrasse, a falta de alguém pra dividir aquele bolo simples — tudo isso machuca.
E mais uma vez, surge a dúvida corrosiva: “Será que alguém se importa de verdade comigo?”. Esse é o tipo de dor que grita quando o mundo está cantando parabéns.
3. A ansiedade do que vem pela frente
Novo ciclo. Novas expectativas. E se eu não conseguir? E se eu fracassar mais uma vez?
O futuro, que deveria ser esperança, se transforma em ameaça. A ansiedade rouba o brilho da data. Você se vê tentando prever todos os passos dos próximos meses, como se isso fosse te proteger de errar – ou de se frustrar de novo.
E o que fazer com tudo isso?
Você não precisa ignorar essas emoções.
Nem fingir que está tudo bem.
Seu aniversário pode ser um convite ao autocuidado, e não à cobrança.
Talvez o maior presente que você possa se dar seja escutar o que está gritando por dentro – sem julgamento, com acolhimento.
A terapia ajuda justamente nisso: entender o que está por trás desses sentimentos, ressignificar a relação com o tempo e com as expectativas, e construir uma narrativa emocional mais leve e verdadeira.
Psicóloga Daiane Melo – CRP 16/6980
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Atendimento online e presencial em Linhares–ES
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