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36% dos empresários consideram infraestrutura do Sudeste regular, ruim ou péssima

Panorama da Infraestrutura traz informações sobre transportes, energia e saneamento na região.

16/10/2024 às 05h32
Por: Redação
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36% dos empresários consideram infraestrutura do Sudeste regular, ruim ou péssima
Lançado nesta terça-feira (15) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estudo “Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste” revela que 36% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura da região como regular, ruim ou péssima. O levantamento da CNI reúne informações sobre as áreas de transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações, bem como as propostas para melhorias da infraestrutura nos quatro estados da região. Este trabalho é o terceiro de uma série de cinco produzidos pela CNI com o objetivo de estabelecer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras, identificando necessidades de investimento e pleitos do setor industrial.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que o relatório busca contribuir para a melhoria da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia. “O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura e os efeitos da deterioração das condições nessa importante área da economia. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o acesso aos principais portos repercutem diretamente na competitividade da indústria nacional e na atração de investimentos para o país”, afirma Alban.
O Sudeste é responsável por 52% do PIB industrial brasileiro. Isso reflete em grandes desafios para modernização dos acessos portuários, exploração de petróleo no pré-sal e aproveitamento de fontes renováveis como as hidrelétricas.
“Os maiores problemas de infraestrutura no Sudeste estão associados ao transporte rodoviário e às condições de acesso marítimo aos principais portos. A precariedade das rodovias públicas e o comprometimento da capacidade no Porto de Santos preocupam o setor industrial”, destaca o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.
O diretor alerta que a construção de uma agenda de investimentos na infraestrutura é um trabalho complexo, considerando um país de dimensões continentais como o Brasil. “Cada região tem suas particularidades e, portanto, diferentes estratégias devem ser adotadas para atender às necessidades locais, promovendo a eficiência e sustentabilidade dos projetos”, acrescenta Muniz.
De acordo com o estudo, 40% dos empresários do Sudeste apontam a infraestrutura rodoviária da região como regular, ruim ou péssima contra a média nacional de 54%. Os dados indicam que para o Sudeste superar as restrições logísticas é fundamental que sejam priorizadas obras de manutenção, adequação e expansão de corredores logísticos estratégicos, como a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a BR-381, a BR-116, a BR-101, a BR-262 e a Terceira Via de Ligação entre a Baixada Santista e a Capital Paulista.
Produção de petróleo e movimentação de contêineres ganham destaque no Sudeste
Atualmente, o Brasil é o 9º maior produtor mundial de petróleo e a Região Sudeste responde pela quase totalidade da produção nacional. Em 2023, a produção de petróleo nos estados localizados no Sudeste foi de 193 milhões de m³. Nesse período, esses estados foram responsáveis por 98% do total da produção nacional de petróleo. Este alto percentual destaca a importância da região para o setor petrolífero.
Outro ponto de destaque no Sudeste é a movimentação de contêineres. Só o Porto de Santos movimentou 4,3 milhões de Twenty-Foot Equivalent Units (TEUs) em 2023 - 37% do total nacional. O crescimento constante do fluxo de cargas portuárias tem gerado preocupações em relação a eficiência e a capacidade para atendimento da demanda nos próximos anos.
Números do trabalho
 
O “Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.
Obras paradas
 
Dos 4.325 contratos analisados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos estados que compõem a Região Sudeste foram identificadas 2.338 obras paralisadas (54%). Dos vários setores da infraestrutura, o saneamento básico e os transportes estão entre aqueles com mais elevado número de registros de paralisações na região.
Novo PAC
O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em agosto de 2023, prevê investimentos de R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil, sendo R$ 759,7 bilhões em obras, serviços e empreendimentos na Região Sudeste.
Frota de veículos
A frota total de veículos em operação na Região Sudeste é de 56 milhões, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) referentes a dezembro de 2023. Dessa frota, 58,5% são automóveis, 18,1% motocicletas, 5,4% de veículos de carga e 17,9% estão classificados como “outras modalidades de veículos”. Os números mostram, ainda, que o Sudeste tem 51,8% do total de automóveis do país.
Saneamento básico
As redes de esgoto atendem a 56% da população total do Brasil. A Região Sudeste se destaca, com o maior índice de atendimento do país – 80,9% da população é atendida com esgotamento sanitário. O Estado de São Paulo é o que apresenta a maior cobertura, com índice de 91%.
Índice de atendimento total de esgoto na Região Sudeste (2022)
SP - 91%
MG - 76%
RJ - 65%
ES - 60%
Dez aeroportos mais movimentados em relação a transporte de passageiros no Sudeste - 2023
(embarque e desembarque no mercado doméstico e internacional)
 
1 - Aeroporto de Guarulhos - 40.507.268
2 - Aeroporto de Congonhas - 21.869.812
3 - Aeroporto de Viracopos - 11.944.804
4 - Aeroporto de Santos Dumont - 11.201.517
5 - Aeroporto de Confins - 10.136.906
6 - Aeroporto de Galeão - 7.763.294
7 - Aeroporto de Vitória - 3.044.404
8 - Aeroporto de Uberlândia - 1.081.684
9 - Aeroporto de São José do Rio Preto - 713.638
10 - Aeroporto de Ribeirão Preto - 607.523
Avaliação dos empresários industriais
- 36% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura como regular, ruim ou péssima na Região Sudeste. No Brasil, esse patamar é de 45%.
- No Brasil, 54% dos empresários industriais apontam a infraestrutura rodoviária como regular, ruim ou péssima. Na Região Sudeste, a situação relatada é melhor (40%).
- Cerca de 53% dos empresários industriais consideram a infraestrutura ferroviária como regular, ruim ou péssima na Região Sudeste. No Brasil, essa participação equivale a 52%.
- Na Região Sudeste, 25% dos empresários industriais dizem que a infraestrutura aeroportuária é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, esse percentual atinge 31% dos entrevistados.
- Na Região Sudeste, 35% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura portuária é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, equivale a 34%.
- Na Região Sudeste, 34% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de energia é regular, ruim ou péssima. No Brasil, a situação é a mesma (34%).
- Na Região Sudeste, 45% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de saneamento é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, equivale a 50%.
- Na Região Sudeste, 35% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de telecomunicações é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, o percentual equivale a 38%.
Como avançar?
Principais propostas da CNI e das federações estaduais das indústrias da Região Sudeste
Energia Elétrica, Petróleo e Gás Natural
 
    • Expandir as redes do Gasoduto em MG e ES;
    • Destravar os projetos hídricos de MG que estão em tramitação na Aneel ou em fase de licenciamento ambiental;
    • Melhorar a capacidade da rede de distribuição de energia nos estados, reduzindo as quedas de tensão e desligamentos;
    • Fomentar a produção de biometano por meio do aproveitamento do setor sucroenergético paulista e dos resíduos sólidos urbanos;
    • Retomar a construção da usina termonuclear Angra 3;
    • Impulsionar o desenvolvimento do mercado de hidrogênio de baixo carbono na região;
    • Incentivar o projeto de Captura e Armazenamento de Carbono no norte do estado do Rio de Janeiro;
    • Rota 4:
      • Construir a Rota 4 do gás natural, abrindo caminho para o escoamento do gás natural produzido nas vastas reservas do pré-sal da Bacia de Santos;
      • Apoiar projeto de implementação da Rota 4b para escoamento do gás produzido e aumento da oferta na bacia de Campos e contribuir para agilidade nos processos de obtenção de licenças;
 
Rodovias
    • Realizar obras de adequação, manutenção e expansão de corredores rodoviários estratégicos:
      • BR-040; BR-101; BR-116; BR-135; BR-251; BR-259; BR-262; BR-264; BR-342; BR-356; BR-365; e BR-447.
Ferrovias
    • Avançar na construção, adequação, aprovação e renovação de empreendimentos ferroviários:
      • Ferrovia Centro Atlântica (FCA);
      • Estrada de Ferro Vitória-Rio;
      • Malha Oeste e Sul; Ramal Sul da Estrada de Ferro Vitória a Minas; e
      • Ferrovia JK – EF 030; e
      •  Ferrovia EF 352.
Mobilidade urbana
    • Construir, expandir e modernizar as infraestruturas para transporte urbano de passageiros:
      • Trem Intercidades de SP;
      • Malha Metroviária Fluminense; e
      • Ligação Seca entre Santos e Guarujá.
 
Portos e Hidrovias
    • Modernizar as administrações portuárias públicas e assegurar obras de adequação e expansão das infraestruturas:
      • Porto de Santos;
      • Porto do Rio de Janeiro;
      • Porto Imetame;
      • Porto de Itaguaí;
      • Porto do Forno;
      • Porto de Angra;
      • Licitação do Terminal STS-10;
      • Porto de Barra do Riacho;
      • Porto Central; e
      • Porto Petrocity.

Concluir as obras de ampliação do Canal de Nova Avanhandava da Hidrovia Tietê-Paraná 

Por Rita Benezath
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